Friday, September 11, 2015

Capítulo 01: Cruzando destinos

 Era quase mais uma manhã comum em Sandgem Town, se não fosse pela minha ansiedade é claro, no despertador ainda era cinco da manhã, mas para meu cérebro a hora de acordar já tinha sido a duas atrás. Me mexia de um lado para o outro incessavelmente na tentativa de passar o tempo, ou até mesmo voltar a dormir, mas como premeditado por mim na noite que se foi, isso aconteceria, sempre acontece, afinal minha ansiedade sempre me consome de dentro para fora.
 Assim que o despertador ao lado da minha cama no criado mudo disparou, me ergui, como quem se levanta para ganhar um milhão de reais, uma disposição que eu nunca tive antes. Rapidamente escovei os dentes, penteei os cabelos e troquei-me, com a roupa na qual eu julgava a mais adequada para ocasião, olhei meu reflexo no espelho, e estava tudo perfeito, se não fosse a falta do que mais importava, meu primeiro pokémon.
 Minha casa era de frente para a praia, então sempre pela manhã abria a janela que me dava essa privilegiada vista, para poder sentir a brisa, diferente de mim, ela era suave, mas ao mesmo tempo marcante, afinal, você sempre sentia o "friozinho" que ela dava. Respirei fundo, olhando para o retrato do meu pai que ficava na comoda ao lado da janela, Palmer.
 Acho que todos em Sinnoh já tiveram a chance de ouvir sobre meu pai, afinal, ele é um dos cinco membros da Batalha da Fronteira de Sinnoh, treinadores esses que são desafiadores tão quanto os lideres de ginásio, se não além.
 Desci as escadas, e por incrível que pareça minha mãe já estava acordada, e o café pronto sobre a mesa, fui até ela, dando-lhe um beijo e um abraço, ela por sua vez, me deu um abraço tão forte, acompanhado de um beijo na testa, que me pareceu como um pedido para que ficasse.
 -Você tem que ir mesmo? - falava enquanto ainda estava em seus braços.
 -Mãe, é só um tempo, além do mais eu vou voltar, eu preciso disso para crescer como pessoa e treinador! -dizia me soltando do seu aconchegante abraço.
 -Mas você sabe, chegou apenas há uma semana  Jubilife City, da escola, e agora já quer partir novamente.
 -Você sabe que minha estadia em Jubilife foi para poder estudar na escola pokémon de lá, que aqui em Sandgem não tem uma, eu sempre quis ser tão bom quanto o papai, e ir para a escola já me deu uma grande base de tudo o que tenho que fazer para chegar no nível dele, ser um treinador forte.
 -Eu sei Barry, eu sei! -disse soando desapontada.
 -E se eu for lá no laboratório do professor, escolher meu pokémon e depois eu volto e fico com você mais hoje, e parto amanhã cedo em jornada?
 -Você sabe que eu adoraria Barry! -falou me abraçando- Então coma, para não chegar tarde, que horas o professor marcou mesmo?
 -Bom, ele disse para estarmos lá a uma da tarde.
 -E você me pediu para acordar tão cedo assim para que Barry Pearl?! -dizia minha mãe com uma voz de enfurecida, olhando para o relógio e vendo que ainda não passavam das sete e quinze da manhã.

***

 Não conseguia compreender como as pessoas esperam que levemos tudo o que é necessário dentro de apenas uma mochila?! Essa vida é cruel.
 -Dawn ainda não se aprontou? O café vai esfriar e vai se atrasar -gritava minha mãe da cozinha, com seus dizeres eu acho que a intenção dela era me desmotivar, é claro!
 Não sei porquê o professor inventou de instalar seu laboratório em Sandgem e não em Twinleaf, já que é a cidade mais no extremo do mapa de Sinnoh que se pode imaginar, mas, já superei esse fato, o único que ainda não superei é COMO ALGUÉM ESPERA QUE CONSEGUIMOS LEVAR TUDO O QUE É NECESSÁRIO EM APENAS UMA MOCHILA?! Me aprontei o mais rápido que pude, tentando não esquecer nada e imaginando todas as situações possíveis que poderia passar para poder ver o que seria necessário.
 Desci as escadas, com minha mochila já nas costas e preparada para poder ir até Sandgem.
 -Está tão bonita Dawn! -disse minha mãe olhando-me com um brilho nos olhos- Me lembra quando partimos em jornada Glameow! -disse com um enorme sorriso no rosto, olhando para o pokémon que estava deitado no sofá, e depois direcionando-se aos prêmios sobre a lareira da sala.
 Sim! Minha mãe é uma Top Coordenadora, Johanna acho que todos em Sinnoh já tiveram a chance de ouvir sobre minha mãe. Tomei meu café, enquanto mamãe contava-me um pouco sobre sua jornada, quando sua mãe, minha vó, deu para ela um ovo de pokémon, e dele nasceu a Glameow, e desde muito cedo seu sonho era tornar-se um Top Coordenadora. Me contou sobre a experiência de quando capturou seu primeiro pokémon, que no caso foi a Clefairy. As histórias foram muitas, e quando nos demos conta, já se passava das nove da manhã.
 -Mãe eu tenho que ir! -disse olhando para o relógio da cozinha, e me dando conta do horário.
 Rapidamente peguei a bolsa em cima do sofá, afaguei o Glameow, abracei e dei um beijo na minha mãe, apressada abri a porta, peguei a bicicleta que estava encostada na parede na frente de casa, fui até o portão, de lá acenei para minha mãe mais uma vez, e comecei meu caminho, com a visão da minha casa e da minha mãe cada vez mais distante.

***

 Eu sei que já era tarde, mas eu não queria acordar, melhor dizendo, eu não queria acreditar que eu tinha o dever de me levantar.
 -Lucas, seu avô disse para se levantar, você nunca acorda tão tarde, está tudo bem?
 -Está sim! -disse retirando minhas cobertas e sentando-me sobre a cama.
 Era um dos assistentes do meu avô, assim que ele saiu fui tentado a voltar dormir, ou pelo menos a tentar, mas creio eu que eu não gostaria que meu avô viesse me acordar, por isso preferi levantar e me arrumar.
 Meu avô nada mais é do que o professor mentor da região, Professor Rowan, responsável por pesquisas na área da evolução pokémon. Acho que todos em Sinnoh já tiveram a chance de ouvir sobre meu avô, afinal, ele é o mentor de Sinnoh a tanto tempo já.
 Basicamente, eu e meu avó morávamos em uma casa do lado do laboratório, passei a morar com ele desde meus três anos de idade, desde a morte de meus pais em um acidente em Snowpoint City, desde então meu vô cuida de mim, e me ensina muitas coisas, é claro! Tive a chance de ver muitas vezes treinadores iniciantes virem pegar seus primeiros pokémons para poderem seguir em jornada, e hoje é o meu dia, não que eu quisesse, mas, meu avô acha que não haverá experiência melhor para mim do que uma jornada.
 Fui até ao laboratório, aonde meu avó estava lendo alguns papeis, assim que me viu, deixou a papelada sobre a mesa, e veio até mim com sua pasta marrom.
 -Lucas, aqui está! -disse me entregando-a- Como sempre, gostaria que olhasse aos pokémons e visse se está tudo bem com eles.
 -Pode deixar vovô.
 -E então?
 -Então o que? -respondi me fazendo de desentendido, mas eu sabia que ele queria saber como eu estava em relação a escolher meu pokémon.
 -Você sabe, qual será sua escolha? Após tanto tempo vendo os mesmo inicias todo inicio de jornada dos novos treinadores, acho que já tenha o seu favorito.
 -Não eu não tenho -respondi me direcionando a grande bancada metálica no centro do recinto.
 -Sabe, eu não vejo animação nos seus olhos, ou até mesmo em você! -disse pegando os papeis novamente.
 Ele sabia, afinal, sempre via os novos treinadores, e definitivamente eu não estava para um novo treinador, mas havia uma única coisa nisso tudo que me ascendia uma chama no fundo da minha alma, poder viajar e conhecer o mundo, pessoas e os lugares, acho que nada é tão emocionante quanto, se enriquecer de cultura.
 Os três pokémons estavam bem, os dois ajudantes do professor já tinham ido para suas casas para a pausa do almoço, então logo fomos nós dois, preparar o almoço, para depois voltarmos no horário combinado, as uma. Parecia apenas que o relógio andava mais e mais rápido.

***

 Já fazia algum tempo em que observava como era o funcionamento do laboratório, gosto de sempre fazer meu trabalho muito bem feito. Nesse tempo em que observava o laboratório pude perceber, que sempre o professor entregava os pokémons inicias ao que parece ser o pesquisador mais jovem do laboratório, e depois, como de costume, eles iam almoçar, porque o professor sempre recebia os novos treinadores a uma da tarde, com pontualidade.
 Entrar no laboratório pela pequena janela dos fundos não foi difícil, tão pouco foi difícil chegar até a maleta, e aqui estou, de frente para ela. Todos me chamam de B-2.
 Minha missão não passa de pegar a maleta, segundo as ordens superiores quaisquer treinadores que possamos impedir de começar sua jornada, ou qualquer treinador que possamos pegar seus pokémons, é um treinador a menos para nos preocuparmos. Ainda não tenho acesso aos planos maiores, ou missões maiores, mas já que fui encarregado desta, é isso que devo fazer.
 Olhei no relógio, e faltavam apenas cinco minutos para a uma da tarde, nesse momento eu tinha que me apressar, peguei a maleta sobre o balcão, e fui em direção a porta dos fundos, tudo estava saindo como o planejado. Até o momento em que abri a porta. Ao abrir uma sirene começou a disparar, era ensurdecedor o barulho, mas eu não podia abordar a missão, agarrei a maleta com meus braços, e comecei a correr. Não fui muito longe, logo que coloquei os pés para fora fui ser acertado por um Jump Kick de um Lopunny, e logo atrás dele vinham correndo o professor que gritava "não deixe-o fugir" e o pesquisador mirim.
 Quase que não se importando com a dor do chute, peguei a maleta mais uma vez, e sai em disparado para a floresta.

6 comments:

  1. Gostei! Continua escrevendo assim, estilo "Os Heróis do Olimpo" ^^

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    1. Preciso dizer que é uma ótima saga. Que bom que tenha gostado, fico feliz.

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  2. Muito bom! Narração,o jeito que você conta a história e até o humor ficaram legais no cap. Lucas,Dawn e Berry tem um familiar famoso(No caso de Dawn é a mão,no de Berry é o pai e no de Lucas é o avô),achei bem interessante isso! Espero que Dawn escolha Piplup e Berry escolha Chimchar =-P

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    1. Que bom que gostou. Dawn com certeza vai nos garantir boas risadas ainda, apenas aguardar a "Menina maluquinha".
      Bom o fato deles serem famosos são legais né?! Mas até onde será que pode ser legal?
      Sobre os inicias ... suspense total, assim como do sonho de cada um, só Barry que deixou claro sua ambição de ser tão bom quanto o pai.

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  3. Estilo de vários pontos de vista?! o.o
    Nossa teremos todos os capítulos na visão dos três personagens?
    Dos três iniciais o meu favorito é o Turtuig :) me pergunto qual dos três treinadores vai escolher ele...
    Até a próxima.

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    1. Oi!!! Desculpa a demora, a faculdade andou sugando de todo meu tempo, mas que haja tempo, mesmo que de noite (risos)
      Obrigada, eu também adoro esse carinha, e o personagem que vai fazer a combinação com ele, vai ser uma combinação um tanto quanto "tipos diferentes" haha, mas eu acho que já dá para saber pelo outros capítulos quem vai ficar com ele, não sou boa em manter segredos (só na fanfic que não *risos2)
      E sobre a visão dos três, nem sempre ... mas, eu gosto quando sai assim, são três pessoas diferente, então uma mesma história pode haver vários ângulos, acho bem legal.

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